quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Segunda Revolução Industrial

Mudanças na forma de produção

Fases de produção:

1ª fase - Artesanal (manualmente)
2ª fase - Manufatura (os artesãos trabalhando sobre o mesmo produto)
3ª fase - 1ª Revolução Industrial, séc XVIII
  Máquinas com motor a vapor
4ª fase - 2ª Revolução Industrial
              2ª metade do séc. XIX
(motor a explosão movidos a combustível)

Divisão social do trabalho
Parcelamento de Tarefas

P. Chassi    Rodas    Carroceria    Bancos    Motor    Ajuste Geral    Pintura

Divisão internacional do trabalho

Países evoluídos
Poder de industrialização

Países sub desenvolvidos
                                                    
Mercado de Fornecimento       Mercado de Consumo

Exs. Países da África
          "       da Ásia
          "       da América Latina

2ª Revolução Industrial
1ª Revolução Industrial
- Máquinas movidas a vapor. O primeiro país a usar dessa energia foi a Inglaterra.
Minas de carvão produtoras dessa energia
(desmatamento e destruição de áreas férteis na Inglaterra)

2ª Revolução Industrial na 2ª metade do séc. XX
- O uso de combustíveis a explosão > gasolina e óleo diesel (motor a explosão)
- Muitos países participaram desse processo de industrialização. Ex: Estados Unidos (América) e Japão (Ásia).
Potências industriais no início do séc. XX
Inglaterra e Alemanha (Europa)
E.U.A (América)
Japão (Ásia) - indústria em 2ª fase

Na Alemanha - O prodígio de uma rápida e eficiente industrialização
Taxas Alfandegárias sobre os produtos impostados
P. A Exportação - vender para outros países
Importação - comprar de outros países

O governo se preocupava com a melhoria das técnicas industriais e agrárias.
Maior produção, maior lucro, parte investida em novas tecnologias

Ainda na Alemanha

A educação foi importante para a industria alemã
- Não houve entretanto preocupações com a classe trabalhadora.

Russia e Japão

- A maioria das empresas na Rússia eram estrangeiras
- Houve na Rússia o desenvolvimento da infra-estrutura (condições que uma nação possui para que possa existir o desenvolvimento industrial, sejam de indústrias locais ou estrangeiras)
  • usinas de energia elétrica
  • ferrovias
  • estradas de rodagem
  • organização do saneamento de água
  • portos
Governo monárquico exercido pelo Czar (rei)
Economia baseada na agricultura

O Japão XIX

  • Os recursos (dinheiro) inicialmente foram cedidos pelo governo.
  • Desenvolvimento de vários setores industriais
Foram feitos empréstimos pelo governo, para ampliação da indústria japonesa. Estes recursos passaram a ser controlados pelos ZAIBATSU.
ZAIBATSU: famílias poderosas no Japão.

Ferrovias > malha ferroviária

Estados Unidos
Período Colonial

  • A presença de manufaturas
  • Guerras de secessão (separação) - 1861-1865
  • Os Estados Unidos iniciam uma super industrialização.
  • A colonia norte americana atinge vários setores.
campo  Cotton Belt (algodão)
             Corn Belt (Corn)          Cinturões agrícolas
             Wheaton Belt (Trigo)


A era do Imperialismo

O que é imperialismo?

É uma forma de domínio de uma nação forte sobre nações mais fracas.
- Colonização (domínio direto)
- Hoje em dia o Brasil sofre uma ação imperialista indireta, por parte de grandes nações desenvolvidas.

E.U.A - dominam o Brasil e países da América Latina através de ideias e               negócios, como por exemplo a criação de Shopping Centers e empresas como o Mc Donalds, Bob´s, Coca Cola, Nike, etc.

Empresas norte americanas e europeias que operam no Brasil e América Latina.

  • Pirelli
  • Good year
  • Michelin
  • Mercedez Benz
  • Volkswagem
  • Fiat
  • Nestlé
  • Danone 
  • Parmalat
Se instalam no Brasil, explorando a mão de obra, matéria-prima e entram com baixos impostos.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A Contra Reforma

O avanço do protestantismo até meados no século XVI não esbarrou em nenhuma reação da Igreja Católica, inclusive o papa Paulo III tentou aproximar-se das igrejas reformadas, sem sucesso, pois a cisão era irremediável,

A reforma e a organização da Igreja Católica já eram expedidas a muito tempo, antes mesmo da Reforma Protestante.

Dentro do processo da Contra- Reforma ou Reforma Católica, destacam-se:
- a criação da Companhia de Jesus, em 1534 e aprovação dos seus estatutos em 1540; 
- a reorganização da Inquisição, ou o Tribunal da Santa Inquisição, em 1541;
- a realização do Concílio de Trento, em 1545;
- a criação do Index, uma lista de livros proibidos aos católicos, em 1559.

A Companhia de Jesus, ordem dos Jesuítas, foi fundada em 1534 por Inácio de Loiola, fidalgo espanhol. Seus objetivos principais eram: o combate às heresias dos protestantes e a propagação da fé católica. Através da pregação e da catequese, empreenderam conversões ao catolicismo das regiões recém-descobertas: América, Ásia e África.

A Inquisição, o Tribunal do Santo Ofício, foi criado pelo papa Paulo III, em 1542, para reprimir as heresias. Com o papa Paulo IV, a Inquisição ganhou uma severidade ainda maior do combate aos protestantes e hereges. A ação inquisidora foi maior na Espanha, Portugal e Itália.

O Concílio de Trento foi convocado pelo papa Paulo III, em 1545 e durou até 1563. Reorganizou a Igreja e reafirmou a doutrina católica. Reafirmou todos os dogmas negados pelos protestantes, como os sete sacramentos, o culto dos santos e da Virgem, confirmou a transubstanciação (presença real de Cristo na eucaristia) a justificação do homem pelas suas obras, a crença no Purgatório e supremacia da autoridade papal. Manteve a regra do celibato clerical, a hierarquia eclesiástica. Determinou a criação dos seminários. Proibiu a venda de indulgências e instituiu o Index - lista de livros proibidos aos católicos, que dificultou o progresso cultural e científico no mundo moderno.

A Contra- Reforma venceu em alguns pontos importantes, principalmente na manutenção da unidade do que restara em torno da autoridade papal. Na Europa ocidental do século XVI, a Igreja Católica teve um recuo bastante significativo, boa parte das regiões europeias eram protestantes ou dividiam-se entre protestantes e católicos.

Os efeitos do Renascimento e da Reforma haviam abalado definitivamente a mentalidade característica da Europa medieval. Através do Renascimento - Humanismo - a razão opunha-se ao sistema dogmático de verdades indiscutíveis, o que significou um passo importante no caminho da libertação do espírito humano, o seu individualismo, enquanto que a Reforma Religiosa significou uma vitória do nacionalismo, contra a autoridade supranacional da Igreja papal e a afirmação e fortalecimento da burguesia dentro do contexto econômico do capitalismo. 


A Inglaterra e o Anglicanismo

Na Inglaterra do século XVI também tivemos uma Reforma religiosa, provocando uma cisão entre a Igreja de Roma e a Igreja Anglicana. Mas ela foi patrocinada pelo próprio monarca Henrique VIII. Foi na verdade mais uma ruptura política do que religiosa.

Em 1531, o rei Henrique VIII, apoiado pelo clero nacional, rompeu relações com o Vaticano, pois pedira ao papa Clemente VII a anulação de seu casamento com Catarina de Aragão, para casar-se com Ana Bolena, mas este nega-se a atender a solicitação. Um tribunal inglês lhe dá o divórcio e o papa excomunha Henrique VIII.

Assim, em 1534, rompia-se o elo religioso entre a Inglaterra e o Vaticano. E pelo Ato da Supremacia, era dado ao rei e a seus sucessores o título de "chefe único e supremo da Igreja da Inglaterra", que passava a chamar-se "Anglicana".

Negava-se a autoridade papal, a doutrina tradicional foi mantida e foram confiscados os bens da Igreja católica da Inglaterra.
Quanto à organização da Igreja Anglicana, ela foi uma mistura do calvinismo e catolicismo. A rainha Elizabeth I conservou alguns elementos do catolicismo, entre eles: as cerimônias do culto, a liturgia, as orações (em inglês), etc. Quanto ao dogma, este era calvinista, reduzindo os sacramentos a batismo e a comunhão.

A Reforma Religiosa, muito mais que apenas novas Igrejas, representou uma nova mentalidade econômica, um novo comportamento social e por consequência,  sob um pretexto religioso, provocou um longo período de lutas político-religiosas: As Guerras Religiosas, que ensanguentaram a Europa nos séculos XVI.

A propagação da Reforma pelos vários países europeus - Luteranismo: Alemanha e países escandinavos; Calvinismo: cidades suíças; Presbiterianismo na Escócia; Huguenotes na França; Puritanismo e Anglicanismo na Inglaterra;
Puritanismo: colônias inglesas da América - tornou-a como um movimento religioso, que teve efeitos importantes, entre eles fez a Igreja reagir a este movimento através da Contra Reforma - conjunto de medidas de reorganização da Igreja Romana e de reação contra a ascensão do protestantismo.

A expansão do Calvinismo

A doutrina calvinista expandiu-se por vários países europeus.
Na França, os protestantes calvinistas formaram um forte partido, chamado huguenote.
Na Escócia, o introdutor da Reforma foi John Knox, discípulo e admirador de Calvino. Os calvinistas nesta região deram origem à Igreja Presbiteriana, após Maria Stuart ter oficializado o protestantismo como religião da Escócia.

Da Escócia o calvinismo expandiu-se para a Inglaterra, formando ali o partido "puritano", onde se opôs a outra forma de protestantismo: o Anglicanismo, que era religião oficial da Inglaterra.

sábado, 4 de agosto de 2012

A Reforma de Calvino - O Calvinismo

 João Calvino nasceu em 1509, em Noyon (França). Em 1533, ingressava em Sorbonne, Universidade de Paris e ali pronunciou um discurso favorável à tese de Lutero. No final deste mesmo ano teve de fugir de Paris, em virtude de uma inesperada e feroz perseguição; refugiou-se na cidade de Basiléia, na Suíça. Aí em 1536, escreve Instituições da Religião Cristã, onde definiu o seu pensamento religioso. Ainda neste ano fixa-se em Genebra, onde a Reforma acabava de ser adotada. Devido ao radicalismo, foi banido de Genebra, para onde retornou alguns anos depois, para fazer da cidade um modelo sobre a nova maneira de crer e viver. Genebra tornou-se a Roma do Protestantismo e foi governada por Calvino até sua morte, em 1564.

 A doutrina Calvinista logo se revelou mais radical e rigorosa do que a luterana. Enquanto Lutero fizera a Igreja subordinada ao Estado, Calvino faz o Estado subordinado à Igreja. Desenvolve a teoria de predestinação. Como Lutero, Calvino só reconhecia a autoridade das Sagradas Escrituras e ensinava que o homem salva-se pela fé e não por suas obras. Afirmava que a fé é dom de Deus e que os escolhidos para possuí-la já estavam determinados antes da criação do mundo.

Era a doutrina de predestinação, segundo a qual alguns seres humanos já estavam predestinados por Deus a serem salvos e outros não.
Calvino suprimiu os cultos religiosos tradicionais. Eles foram reduzidos à oração e ao canto dos salmos, mas manteve o batismo e a comunhão. Aboliu o clero e a hierarquia entre sacerdotes, introduzindo o sistema de pastores ou ministros eleitos pelos fiéis.
Por valorizar o trabalho e aceitar o lucro - justificando moralmente os princípios capitalistas - a burguesia aderiu ao calvinismo, pois encontrou nesta religião uma série de vantagens; entre elas o calvinismo apoiou sobretudo as cidades livres, onde o comércio proliferava, e manteve-se afastado de nobres e monarcas.
O sociólogo alemão Max Weber, na sua obra "A ética protestante e o espírito do capitalismo", procura estabelecer um nexo entre o calvinismo e o "espírito do capitalista". O que colabora com a tese de que entre os protestantes teria havido maior propensão ao desenvolvimento de atividades capitalistas.

A Reforma na Suíça - Zwinglio

A Reforma foi introduzida na Suíça, em Zurique, por Ulrich Zwinglio, seguidor de Lutero e Erasmo de Rotterdam. Teve conflito com Lutero a propósito de questões da interpretação da Bíblia. Suas pregações, por conter manifestações radicais, resultaram numa violenta guerra civil (1529-1531) entre reformistas e católicos. Em 1531, Zwinglio morreu lutando contra os católicos, os quais venceram a guerra.
Após a morte de Zwinglio, foi assinada a Paz de Kappel, que dava autonomia religiosa a cada cantão administrativo da Suíça, e o centro de gravitação do protestantismo deslocou-se de Zurique para Genebra, onde a Reforma Religiosa seria consolidada pelo Francês João Calvino.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Martinho Lutero (1483-1546)

Martinho Lutero nasceu em 1483, em Eisleben. De família modesta, conseguiu estudar advocacia na Universidade de Eufurt à custa de muitos sacrifícios. Aos 22 anos, depois de profunda crise espiritual, entrou para a Ordem de Santo Agostinho - agostiniano aprofundando-se em estudos de teologia. Viajou para Roma para tratar de assuntos de sua ordem e, na volta, doutorou-se em teologia, em 1512. Ao voltar de Roma, viu-se chocado e perturbado pelo quadro de riqueza, intrigas e futilidade que lá encontrou. Isto o levou a dedicação aos estudos teológicos, procurando satisfazer o seu lado pessoal. Assim chegou à conclusão de que o homem se justifica pela fé, não pelas obras - elaborou a sua doutrina da justificação pela fé. Só Deus pode salvar o homem, vindo a sua alma pela fé. Não o salva a obediência eclesiástica, menos ainda o culto aos santos e às práticas piedosas. A partir de 1516, ele iniciou na Universidade a pregação das suas próprias ideias. A repercussão foi positiva, devido à crise geral por que passava a Igreja.

Dentro desse contexto, Martinho Lutero, frade agostiniano, ataria como ideólogo e catalizador das forças nacionais que forneciam a base de sustentação social-econômica e política da Reforma religiosa na Alemanha, do século XVI.

Desta forma, em 1517, os atritos abertos entre Lutero e a Igreja tiveram início, quando ele se rebelou contra a propaganda e venda escandalosa de indulgências (remissão total da pena a ser paga pelos pecados cometidos), empreendida pelo dominicano Tetzel. Para Lutero, "Só a fé salva"...

Logo após, em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou na porta da capela do palácio de Wittemberg suas famosas 95 teses, onde condenava as indulgências, as questões de doutrina e a riqueza da Igreja. Esta manifestação assinala o começo da Reforma Protestante.

De início, Lutero não pensava em romper com a Igreja, mas o Vaticano o excomungou em 1520, por não querer retratar-se, e condenou oficialmente sua doutrina, em 1521, através da Dieta de Worms. É banido do Império. Exilou-se no castelo de Wartburg, onde dedicou-se a traduzir a Bíblia para o alemão.

Enquanto isto, suas ideias semeavam uma verdadeira subversão na Alemanha. A doutrina luterana difundiu-se rapidamente pela Alemanha, deu origem ao anabatismo e a revoltas camponesas. Os príncipes alemães aderem à Reforma luterana, pela possibilidade de poder confiscar os bens da Igreja e como modo de contestar o poder do Imperador Carlos V, que era católico.

Em 1529, Carlos V, devido à expansão das ideias reformistas luteranas, fez a convocação de uma nova assembléia, a Dieta de Spira, que pretendia suprimir as liberdades religiosas aos luteranos. Estes emitiram um "protesto" contra a medida, sendo chamados a partir de então de protestantes.

Os fundamentos da doutrina luterana foram redigidos em 1530, por Lutero e pelo teólogo Felipe Melanchton, na chamada "Confissão de Augsburgo". Esta era baseada nos seguintes pontos: - Escrituras Sagradas, único dogma da nova religião; - fé, única fonte de salvação; - batismo e eucaristia, dois únicos sacramentos mantidos; - livre interpretação da Bíblia; - Submissão da Igreja do Estado, etc.

Os teólogos recusaram-se a aceitar a Confissão de Augsburgo e Carlos V resolveu tomar medidas rigorosas contra os protestantes. Para enfrentar o imperador, os luteranos organizaram a Liga de Smalkade, vencida pelas forças imperiais.

Finalmente, para resolver os muitos conflitos entre católicos e luteranos na Alemanha, em 1555, foi estabelecida a Paz de Augsburgo. Era uma acordo onde "Cujus regis ejus reeligio", (cada príncipe, sua religião), cada príncipe tinha o direito de escolher a sua religião, bem como a de seus súditos.

O luteranismo propriamente dito ficou relativamente circunscrito a Alemanha, Dinamarca, Noruega, Suécia. Porém, ao determinar a livre interpretação das Escrituras Sagradas, provocou uma multiplicidade de seitas, que até hoje se dividem e subdividem exponencialmente, pois cada interpretação pode dar lugar a um tipo de igreja reformada. Logo, outras seitas protestantes propagaram-se e aumentaram ainda mais a cisão da Igreja cristã.

A Reforma Religiosa na Alemanha

A Alemanha, no século XVI, era um conjunto de principados, ducados e cidades autônomas, sem nenhuma unidade política. Porém estas regiões faziam parte do Sacro Império Romano-Germânico e o imperador, nessa época, era Carlos V, de Habsburgo. O conjunto de sua economia era atrasado, agrário e semi-feudal, com um incipiente comércio no litoral norte.
A Igreja papal possuía mais de um terço do território alemão. Segundo E.A. Kosminsky: "Não havia na Alemanha outra instituição que suscitasse descontentamento tão unânime e generalizado como a Igreja. Uma enorme vastidão de terras e toda sorte de possessões pertenciam às instituições eclesiásticas; os bispos e padres viviam à custa dos cidadãos, que olhavam com inveja as enormes riquezas da Igreja. Todas as classes sociais estavam descontentes com a Igreja."

Num discurso feito à nobreza alemã, Lutero falou: "Acredita-se que mais de trezentos mil florins são enviados da Alemanha para Roma todo ano, sem nenhuma razão..."

Esses fatos aliados à patente imoralidade da Igreja, despertaram o sentimento nacional dos nobres-príncipes alemães, que almejavam confiscar as propriedades eclesiásticas, enquanto a burguesia protestava contra a drenagem de capitais para o Vaticano, a plebe ansiava por se libertar do peso dos incontáveis tributos eclesiásticos.

A Reforma Religiosa

Reforma

Reforma, termo que no final do período medieval significava purificação interior do crente. Porém, os reformadores religiosos passaram a usar este termo para designar o movimento geral da transformação religiosa.

A Reforma Religiosa

A Reforma Religiosa aconteceu ao mesmo tempo em que se desenvolvia as monarquias nacionais, as Grandes Navegações e a Renascença intelectual, sendo que esta última causou um grande impacto sobre as mentes dos homens e estes sentiram a necessidade de mudanças em todas as esferas da cultura humana.

Vivíamos o momento das grandes mudanças, das profundas transformações sociais, políticas e econômicas, que envolviam o mundo terminal da cultura da Idade Média para os Tempos Modernos.

A situação de transformações por que passava a Europa exigia uma mudança, também, no campo religioso e a Reforma religiosa veio atender a essas exigências, com uma religião nova - o protestantismo - mais dinâmica, capaz de atender aos reclamos de uma população ávida de fé e que não encontrava mais no catolicismo motivos de entusiasmo.

Sendo assim, a Reforma Religiosa foi um dos acontecimentos importantes que deram início aos Tempos Modernos.

Uma das razões de sua existência foi o questionamento de alguns dogmas da Igreja
Cristã Católica, principalmente a autoridade religiosa do Papa. Isto acabou provocando uma grande ruptura na unidade do mundo cristão, determinando a Reforma. Ela foi mais uma cisão da Igreja cristã, com desdobramentos culturais, políticos e econômicos, que envolvem quase toda a Europa Ocidental. No século XV, surgem, em consequência, as igrejas reformadas, o protestantismo.

Desde o fim da Idade Média, vinham sendo apontados erros na Igreja Católica e na vida de seu clero. Ela era acusada por causa da ignorância geral do baixo clero
(o mais humilde) e da corrupção do alto clero, principalmente o de Roma, que recolhi grandes somas de dinheiro destinadas à defesa do Vaticano e a seu embelezamento. Para obter recursos, a Igreja vulgarizou as vendas dos cargos eclesiásticos - simonia - popularizou-se, também a venda de indulgências do perdão dos pecados e das relíquias religiosas.

Essas e outras falcatruas da Igreja papal fizeram com que se questionasse a necessidade de um clero custoso e inútil.
Abre-se caminho para a pregação religiosa, da volta da Igreja a um cristianismo mais puro e simples, na qual os fiéis fariam o estudo da Bíblia - Novo Testamento, preparando desse modo homens leitores e indagadores das Escrituras para uma forma de religião mais verdadeira.
É lógico que aqui temos o descontamento dos humanistas interessados nos problemas da igreja, criticando-a. Entre eles estão Thomas Morus e Erasmo de Rotterdam.
Inclusive na obra de Erasmo, "Elogio da Loucura", ele traça um retrato da Igreja dessa época, cheia de pompa, luxo, riqueza, vícios, abusos e ociosidade.

Outro elemento que ajudou a desencadear a Reforma Religiosa foi a formação de uma consciência nacional - nacionalismo - que fez com que o clero e as classes dirigentes dos Estados centralizados - Monarquias nacionais - olhassem o Vaticano como um país estrangeiro, estreitando assim a relação e a aceitação da Reforma pelos cleros nacionais, pois esta seria o caminho da autonomia eclesiástica em vários países europeus.
É dentro deste espírito do nacionalismo que envolvia a Inglaterra, no final do século XIV, que as censuras à Igreja ganharam vulto com John Wycliff, "homem mais culto e mais destacado da Universidade de Oxford". Sua primeira investida foi contra o suposto direito do papa de cobrar impostos ou taxas na Inglaterra, além de ter denunciado o papado e toda a organização clerical, negando inclusive a transubstanciação (a transformação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo).
As denúncias de Wycliff influenciaram outro crítico da Igreja papal, John Huss, o líder da Boêmia, século XV; "ele era muito culto e exercia poderosa influência na Universidade de Praga". Devido às suas críticas e a defesa do direito de pregar a verdade de Cristo como a sentia e a entendia, dizendo que as Sagradas Escrituras eram a verdadeira fonte de fé, foi excomungado pelo papa João XXIII, em 1412. E em 1415, foi supliciado na fogueira por decisão do Concílio de Constança. Isto tem muito a ver com o movimento nacionalista da Boêmia, na medida que Huss pregava que o papa só devia ser obedecido até onde suas ordens coincidissem com a lei divina e não com seu poder político.

E durante os séculos XV e XVI formaram-se nações com reis que, possuindo soberania sobre os limites do território, construíram os Estados nacionais, onde as pessoas que aí habitavam tinham as mesmas leis, língua e consciência de sua nacionalidade; isto causou o declínio da autoridade papal, pois o rei e a icéia de nação passaram a ser mais importantes do que o supranacionalismo papal.

É lógico que não podemos perder a relação que a ascensão da burguesia teve no contexto da construção do movimento reformista religioso, pois dentro do ideal católico, a única forma de riqueza era a terra - resquício do feudalismo.

Logo, a prática do comércio e as atividades bancárias eram indignas aos cristãos. Por isso a burguesia precisava mudar esta prática dogmática da Igreja - proibição do lucro e da usura, extinção da doutrina do "justo preço". Talvez uma nova religião lhe desse - eticamente - uma justificativa religiosa às suas atividades lucrativas advindas do comércio.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Renascimento Científico

O racionalismo, que foi uma das características do Renascimento, fez com que essa época tivesse um notável desenvolvimento científico. Com o avanço do Humanismo e do Naturalismo nas obras renascentistas, já não se podia mais aceitar que o Universo seria simplesmente uma obra sobrenatural.

Assim o espírito crítico do homem partiu para a ciência experimental, para a observação e as possíveis explicações racionais dos fenômenos da natureza.

- Nicolau Copérnico, astrônomo polonês, formulou a teoria heliocêntrica - a Terra  
gira em torno do Sol, contrariando o geocentrismo e as doutrinas da Igreja.

- Galileu Galilei, astrônomo e físico italiano, completou a teoria elaborada por Copérnico. Galileu é considerado o fundador da Física moderna.

- Johan Kleper, fez a demonstração da órbita elíptica dos astros.

Na medicina destacaram-se:

-  Miguel de Servet, espanhol, descobriu o mecanismo da circulação sanguínea.

- Willian Harvey, concluiu os estudos de Servet, quanto à circulação sanguínea.

- Ambroise Paré, defendeu uma nova maneira de estancar o sangue, através da laqueação das artérias, ligação dos vasos sanguíneos para combater hemorragia (pai da moderna cirurgia).

- André Vessálio, médico belga, anatomista, denominado Pai da moderna anatomia. Fazia estudo do corpo através de dissecação de cadáveres.

- Paracelso, alquimista e médico. Enfatizava o valor da observação e da experiência.

Para o historiador Nicolau Sevcenko: "O respeito à individualidade - dos renascentistas - e à originalidade de pensamento nunca foi uma conquista assegurada. A vida sempre lhes foi cheia de perseguições e riscos iminentes. Dante e Maquiavel conheceram o exílio, Campanella e Galileu foram submetidos à prisão e tortura, Thomas Morus foi decapitado por ordem de Henrique VIII, Giordano Bruno e Etiene Dolet foram condenados à fogueira pela Inquisição; Miguel de Cervantes foi igualmente queimado vivo pelos calvinistas de Genebra, para só mencionarmos o destino trágico de alguns dos mais famosos representantes do humanismo. Os renascentistas "eram ciosos de sua independência e liberdade de pensamento, às vezes com sucesso e na maior parte das vezes com custos elevadíssimos, senão pagando com a própria vida. Para muitos, esse ardor de independência significou a morte na mais completa miséria, abandonados por todas as forças sociais. Esse foi o caso de Camões e Michelangelo, que morreram a míngua (...)."

De uma maneira geral os movimentos religiosos, a Reforma Protestante e a Contra Reforma da Igreja Católica, impuseram ao Renascimento o seu fim como movimento de renovação cultural. Mas, depois eles viriam reparecer no empirismo científico no século XVII, na Inglaterra e no Iluminismo do século XVIII, na França. Aí sim o empreendimento burguês começado no Renascimento não encontrará entraves ao seu desenvolvimento cultural, inclusive com a burguesia em franca ascensão.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Renascimento em outras regiões europeias

Nas várias regiões europeias em geral, o movimento renascentista não chegou a despertar o mesmo entusiasmo que tivemos na região italiana. O Renascimento que ocorreu fora da Itália ficou circunscrito nas características regionais de onde aconteceu, devido aos problemas que cada uma das regiões apresentava no momento. Destacam-se como obras renascentistas a literária e a filosófica, em detrimento da pintura e da escultura.

Países Baixos - Flandres e Holanda - devido ao progresso comercial conseguido no século XVI, a burguesia próspera financiava os autores renascentistas na região, entre eles temos: Erasmo de Roterdam, os irmãos Van Eyck, Jerônimo Bosh, Pieter Brueghel, Rembrandt e Rubens.

- Erasmo de Roterdam, considerado o "Príncipe dos humanistas", procurou conciliar o racionalismo renascentista com o cristianismo. Obra: "Elogio da Loucura", onde faz críticas ao clero de sua época, aos costumes da sociedade do seu tempo.

- Irmãos Van Eyck, atribui-se a eles a utilização da pintura a óleo. Obra: "Adoração do Cordeiro".

- Bosh, é considerado percursor da escola surrealista. Obra: "O jardim das delícias".

- Brueghel, adota temas de cunho social, do cotidiano, popular e político. Obra: "O Massacre dos Inocentes" e "Dança Camponesa".

- Rembrandt, Obras: "Lição de Anatomia", "Ronda Noturna" e "Tobias e sua família".

- Rubens, apresenta uma transição para o estilo Barroco. Obra: "Triunfo" e "Assunção".

Na Alemanha, o Renascimento teve seu desenvolvimento impedido pelos problemas enfrentados pela Alemanha, no século XVI; a Reforma luterana, as guerras religiosas e a crise econômica e a política. Destacam -se os pintores:

- Albrecht Dürer, obras de tendências místicas: "Adoração dos Magos" e "Cristo Crucificado".

- Hans Holbein fez retratos importantes de personagens da época, como "Erasmo", "Henrique VIII" e "Thomas Morus".

Na Inglaterra, o movimento teve início no século XVI após a Guerra das Duas Rosas, com a centralização política da Dinastia Tudor, quando se destacaram Thomas Morus e William Shakespeare.

- Sir Thomas Morus escreveu "Utopia", obra que descreve uma sociedade igualitária, criticando o capitalista nascente, forja "um país de lugar nenhum" uma sociedade perfeita em decorrência do uso da inteligência e da razão.

- William Shakespeare, foi o representante máximo da criação artística no teatro. Escreveu mais de 40 peças e muitas delas são representadas até hoje, entre elas: "Romeu e Julieta", "A Megera Domada", "Otelo", "Macbeth", "Júlio César", "Hamlet" e muitas outras.

Na França, houve um Renascimento de cunho basicamente literário e filosófico, com destaque para François Rabelais e Miguel Montaigne.

- Rabelais, autor que satirizou a filosofia escolástica, a Igreja, as superstições e a repressão, em oposição à glorificação humana, da liberdade e do individualismo. Obras: "Pantagruel" e "Gargantua".

- Montaigne, filósofo aristocrático, que propunha questionar a validade de qualquer verdade absoluta e estabelecida, na obra: "Ensaios".

Na Espanha, durante os séculos XVI e XVII, devido às grandes navegações, a Contra-Reforma e a Inquisição, o movimento renascentista não foi tão amplo e profundo, mesmo assim, destacamos autores como El Greco, Miguel de Cervantes e Velasquez.

- El Greco, pintor natural da Grécia, cujo nome verdadeiro era Domenikos Theotokopoulos. Sua pintura era emocional, de um realismo místico e de aspectos sobrenaturais. Obras: "O Enterro do Conde de Orgaz" e "Pentecostes".

- Miguel de Cervantes, o maior escritor do Renascimento espanhol, autor que satirizou o feudalismo e os costumes da cavalaria medieval em sua obra: "Dom Quixote".

-Velasquez, pintor. Obra: "As meninas".

Em Portugal, os ideais renascentistas foram trazidos da Itália por Sá de Miranda, no século XVI, e a região vivia os mesmos problemas da nação espanhola. Assim, o seu Renascimento produziu obras relacionadas às grandes navegações, destacando-se na literatura a epopeia, a historiografia e o teatro. Autores: Gil Vicente e Luiz Vaz de Camões.

- Gil Vicente, autor teatral, iniciador do teatro popular. Destaque para seus autos e farsas. Obras: "Auto dos Reis Magos" e "A Farsa de Inês Pereira".

- Luiz de Camões, um dos maiores escritores portugueses. Com seu épico "Os Lusíadas", descreveu a expansão marítima portuguesa. É a maior epopeia em língua portuguesa.