domingo, 22 de julho de 2012

O Renascimento

Conceito:

"O Renascimento -  segundo Nicolau Sevcenko - constitui uma das mais fascinantes aventuras intelectuais da humanidade." Pois, " esses homens - renascentistas - deixados sob condições de relativa liberdade para que apontassem novos rumos e valores à uma sociedade em processo rápido de mudanças, (...) viveram uma experiência soberana de criação e puderam provar o gosto amargo, porém único, de serem livres."

Para Hendrick W. V. Loon: "A palavra Renascença data do século XVI. (...) uma ressurreição regular - um renascimento do espírito humano (...) essa renascença nunca se verificaria em parte alguma, sem um prévio reflorir da carteira.

E, se me perguntardes de que se originou a Renascença, terei de vos responder: A Renascença foi o resultado do triunfo do comércio baseado na moeda e no crédito sobre o antigo sistema medieval de tráfico de permuta.

Houve muitas outras causas, acessórias. A Renascença nunca se verificaria, no entanto, sem um rápido aumento de prosperidade - e consequentemente de prestígio social e político."

Podemos definir o Renascimento como o primeiro momento revolucionário da construção da cultura da classe burguesa, que teve continuidade com a Reforma Religiosa e que atingiu seu ápice nos séculos XVII e XVIII, com o iluminismo inglês e francês.

A palavra Renascença - para E. H. Gombrich - significa renascer novamente ou ressurgir, e a ideia de tal renascimento ganhou terreno na Itália desde o tempo de Giotto. Quando as pessoas desse período queriam elogiar um poeta ou um artista, diziam que sua obra era tão boa quanto a dos autores antigos da Grécia e de Roma.

Para o historiador Jobson Arruda: "A denominação Renascimento foi resultado da preocupação dos homens que viveram esta evolução cultural, em aproximar a sua época da antiguidade."

Mas não querendo dizer que o Renascimento foi uma volta à cultura clássica, greco-romana, pois a cultura tem como principal característica a contínua recriação, assim dizemos que o Renascimento inspirou-se nos ideais estéticos gregos e romanos, mas sua arte guardava uma evidente originalidade, refletindo situações de vida bem diferentes.

O Renascimento foi um movimento de renovação no plano específico da cultura, um renascer intelectual: artístico, literário, filosófico e científico.

 Não há, portanto, para Nicolau Sevcenko, um Renascimento, há múltiplos. Inclusive havendo uma "rica variedade das suas manifestações, assemelhadas algumas práticas e produções entre si, contrastantes outras (...). O Renascimento, ou os renascimentos, essa prodigiosa riqueza de manifestações variadas e divergentes, presta-se de maneira excepcional, neste caso, como uma lição sobre a vitalidade incontrolável da cultura humana, quando atravessada por um sopro ou um anseio geral de liberdade."

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